Imagine zerar a vida. Esvaziar a carteira, os armários, fechar a conta no banco, jogar fora os cartões. Entregar a casa, cancelar o celular, o número inclusive, os canais a cabo e a internet. Tirar tudo do débito automático. Vender a geladeira, a máquina de lavar, a TV, a bicicleta, a mesa, o sofá e o microondas. Pedir demissão no trabalho, picotar os cartões de visita, dizer tchau pra todo mundo. De repente, tudo aquilo não é mais seu. E o que é realmente? O que sobra cabe em uma mala, sem exceder o peso da companhia aérea. O que não tem limite é o sonho, bagagem leve, vai junto pra qualquer lugar.
Quando há um ano e pouco pensamos em mudar de país, não imaginávamos o trabalho que ia dar. Mas muito menos, o novo que viria. E aqui está ele. No ar que se respira. No andar a pé esquecido, no metrô de gente peculiar, nas folhas crocantes de outono (ainda não tão crocantes pois ainda não é tão outono). Na língua que se fala, no gosto que se come, na água que se bebe, no trem de onde alterno visões de estações antigas com estas palavras.
A cada minuto, a gente se surpreende. Com o milenar conservado, as calçadas lisinhas, os idosos nas ruas, os carrinhos de bebê nos ônibus, as praças a cada esquina. Com a pontualidade do trem, as bicicletas respeitadas, o vinho barato, um pão com tomate.
A gente também aprende. A hora esquisita das lojas, do banco, dos correios. A ter paciência e voltar amanhã. A devolver o carrinho quando sai do supermercado. A falar com máquinas. A descansar no domingo porque não tem nada aberto. A viver sem ralo, sem tanque e sem rodo.
Logo, a carteira vazia se enche. Novo banco, novos cartões, novos lugares, um eu mesmo porém diferente.
O desconhecido flutua por todos os lados, mas para topar com ele é preciso mudar a rota, aquela de sempre. O que estraga a vida é a gente se acostumar. Espero que demore bastante.
Ju!! Me arrepiou o texto. Até porque já passei por tudo isso também. Êh engraçado que a gente faz tanta coisa numa mudança que até eu já tinha esquecido quanto trabalho da.
Mas ju, o bom da vida êh isso. Porque ser obvio e previsível? Porque fazer o que todo mundo faz, seguindo aquele padraozinho, sendo aquela peça na maquina?? O melhor êh isso, ter coragem, mudar, reinventar. Já diziam os escritores corporativos, os 3 primeiros meses são os mais difíceis. Mas que bom êh se superar e fazer das certo neh?! Aproveite muito essa cidade linda, o metro, o pão côn. Tomate. Beijos muitos!! Mari
Sim Mari! É uma loucura, mas a gente consegue, né?!? Isso é o melhor de tudo! Que bom que gostou! Estou aproveitando! Um beijo, Ju
Belo Texto! Quero ver a continuação dessa história!
Valeu Docaaa! Vamos mandando notícias!!! bjos!
Olha só …
http://autossuficiencia.wordpress.com/?s=do+zero
Que lindo Ju!!! Aproveitem muito!!! super bj
Juuuu,
é a Ju amiga dos meninos.
Que texto lindo!!!!!!!!!!!!!!
Muito boa sorte pra vocês dois ai, que conquistem cada sonho que tiverem!
um beijo grande
Valeu Iris e Juju! Beijos!!!
Ju o que esperar de você? Sempre surpreendendo , mesmo em meio ao caos , de uma mudança tão radical, tão rápida, tão estressantes mas, tão sonhada, tão divertida , tão envolvente como foi a mudança de vocês!
Que toda essa mudança faça com que voces conservem tudo de bom que há dentro de suas almas e deem abertura p/ entrar o que houver de bom e instigante no novo!
Aproveitem, beijos!!!
Lindo texto Jú. Você me surpreendeu nesse seu novo estilo de vida. Sempre a imaginei mais conservadora, não tão amante das mudanças. E, de repente, vc muda pra longe dos amigos e da família, para uma nova cultura . Claro que a presença e o apoio do Gui ajudaram nessa adaptação.Que bom que vc está conseguindo absorver as coisas legais daí. Parabéns pela coragem de viver intensamente os seus sonhos. Um grande beijo pra vc e pro Gui.
Inspirador!
Nooooooossa, achei muito bonito o texto, a atitude e tudo mais!!!!!!
🙂
Obrigada mãe! Não canso de dizer que se não fossem vcs, seria muito mais difícil! Obrigada Sônia, pois é, a gente muda, aprende, evolui, valeu por estar sempre por perto! Valeu Cris e Barth, um beijo!